Emprestar o carro a alguém pode parecer simples: pegas nas chaves, dizes “vai com calma” e pronto. Mas e se houver uma multa? Ou um acidente? Ou se o seguro não cobrir? Aí o “favor” pode virar dor de cabeça. Mas respira: não é nenhum bicho de sete cabeças — só precisas de saber com o que contar.
Se estás a pensar em emprestar o carro, este artigo é para ti.
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O seguro cobre um condutor diferente?
Sim, em Portugal o seguro obrigatório acompanha o veículo — não a pessoa que está ao volante. Ou seja, podes emprestar o carro e, regra geral, o seguro continua válido.
Mas atenção ao detalhe: se o condutor não estiver nas melhores condições (imagina que vai alcoolizado ou nem tem carta), o seguro pode recusar cobrir os danos. E aí… sobra para ti. Literalmente.
Além disso, podes não ter o direito de beneficiar da cobertura se o carro for emprestado com frequência a alguém que não foi indicado como condutor habitual. Nesses casos, é melhor avisar a seguradora e declarar essa pessoa como condutor habitual. Evitas surpresas desagradáveis.
Emprestar o carro dá direito a multa?
Não, não levas multa só porque emprestaste o carro. Mas… e se o teu amigo acelerar a fundo ou estacionar em cima do passeio?
Aqui entra um ponto importante: se a multa for passada no momento (excesso de velocidade, uso do telemóvel, etc.), a responsabilidade é de quem está a conduzir — como seria de esperar.
Mas se for uma daquelas multas “fantasma” (por radar, portagens, estacionamento indevido), então o assunto complica. Se ninguém identificar quem ia ao volante, a multa vai direitinha para o proprietário. Sim, para ti.
Agora imagina que não foste tu, nem estavas presente. Podes tentar provar isso (com mensagens, testemunhas, etc.), mas dá trabalho. Vale mesmo a pena pensar duas vezes antes de emprestar, ou pelo menos, falar claro com quem leva o carro.
Que riscos estás a assumir ao emprestar o carro?
Vamos ser diretos: quando emprestas o carro, também emprestas uma parte da tua responsabilidade. Mesmo sem estares lá.
E isso não é só sobre multas. Se o condutor tiver um acidente, quem vai ter de lidar com o seguro, papelada e possíveis custos extra… és tu.
- O seguro obrigatório cobre os danos que o carro causar a terceiros;
- Mas não cobre os danos no teu próprio carro (a não ser que tenhas danos próprios incluídos). Podes saber mais sobre o nosso produto Auto aqui;
- E se o condutor não tiver permissão para conduzir, estiver alcoolizado ou não cumprir o que está na apólice… o seguro pode recusar pagar tudo.
Navegar em águas calmas começa por escolher bem quem leva o leme.
Dá para emprestar, mas com bom senso
Não estamos a dizer que deves recusar sempre que alguém te pedir o carro emprestado. Só que há maneiras mais seguras de o fazer. Aqui vão algumas dicas práticas:
- Confirma a carta de condução (simples, mas essencial);
- Evita emprestar a quem acabaste de conhecer ou não sabes como conduz;
- Verifica se o seguro cobre outro condutor — especialmente se essa pessoa for jovem;
- Mantém os documentos do carro em ordem dentro do veículo (incluindo o comprovativo do seguro);
- Define o “rumo”: se não queres que se use o carro para se sair à noite ou fazer viagens longas, deixa isso claro desde o início.
E se notares que a pessoa vai usar o carro mais vezes, fala com a seguradora e acrescenta-a como condutor habitual. Tranquilidade para os dois.
E se houver um acidente?
Se quem estiver a conduzir tiver permissão e o seguro estiver válido, normalmente estão cobertos os danos que o teu carro causar a outras pessoas. Mas lembra-te: os danos no próprio carro só estão incluídos se tiveres cobertura extra.
Por isso, em caso de acidente:
- Garante a segurança no local;
- Preenche a declaração amigável (com todos os dados);
- Informa a seguradora — quanto mais rápido, melhor;
- Se fores chamado a responder por uma multa ou acidente que não cometeste, podes apresentar provas de que emprestaste o carro.
Vale a pena emprestar o carro?
Depende. Emprestar é um ato de confiança — e a confiança merece bom senso.
- Se a pessoa for de confiança e só precisa do carro por umas horas, provavelmente tudo vai correr bem;
- Mas se o pedido for vago, recorrente ou vier com desculpas estranhas… talvez não seja a melhor ideia.
Lembra-te: a tua liberdade também passa por dizer “sim” ou “não” com segurança. Não é preciso ficar paranoico, mas estar informado é meio caminho andado.
Resumo para não te perderes:
- O seguro cobre um condutor diferente, desde que este esteja legalmente habilitado;
- O seguro obrigatório cobre apenas danos a terceiros — o teu carro pode ficar fora da equação;
- Multas com carro emprestado podem ir parar a ti, se não houver forma de provar quem ia ao volante;
- Tens responsabilidade ao emprestar o carro. Mesmo que não o estejas a conduzir;
- Emprestar carro é possível, mas convém fazê-lo com cabeça e informação.
Se a tua vida muda de rumo, o teu seguro deveria mudar contigo. Na Caravela, ajudamos-te a navegar com mais confiança — seja qual for o destino.
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